sexta-feira, 19 de maio de 2017

O que é gangrena gasosa ou mionecrose?


O que é gangrena gasosa?
A gangrena gasosa (mionecrose ou edema maligno) é uma forma grave de gangrena, com necrose do músculo, e constitui sempre uma emergência médica. É uma infecção que progride rapidamente, destruindo os músculos em razão de sua  toxicidade, e pode causar a morte.




Quais são as causas da gangrena gasosa?
A gangrena gasosa é uma infecção causada por bactérias do gênero Clostridium, especialmente o Clostridium perfringense o Clostridium novyi, que produzem  exotoxinas e gases. Pessoas com diabetes, aterosclerose ou câncer do cólon, por
exemplo, são mais vulneráveis a desenvolver essa infecção. Geralmente ocorre após algum ferimento na pele ou nas membranas mucosas, cirurgias, punções venosas, deficiência dos vasos ou infecção decorrente de outros microrganismos.


Qual é a fisiopatologia da gangrena gasosa ?
As bactérias do gênero Clostridium, causadoras da gangrena gasosa, contam com cerca de 150 espécies. Essas bactérias vivem normalmente no corpo humano, alojadas no intestino, e podem tornar-se patogênicas em certas ocasiões. Em 80% dos casos, a doença é causada pelo Clostridium perfringens. Essa bactéria, em condições anaeróbicas (sem oxigênio), produzem toxinas que causam necrose e os sintomas associados. Ela faz parte da flora normal do intestino, só causando problema quando infecta outras regiões.
As espécies de Clostridium produzem diversos tipos de toxinas, que causam necrose tecidual, destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, diminuição da circulação local devido à vasoconstrição e aumento da permeabilidade vascular. Agangrena gasosa ocorre em locais traumatizados ou em feridas cirúrgicas recentes. As toxinas produzidas pelas bactérias são responsáveis tanto pela destruição dos tecidos locais, como pelos sintomas gerais. Quatro delas são, inclusive, fatais.
Quais são os principais sinais e sintomas da gangrena gasosa?
A gangrena  gasosa se inicia repentinamente, evolui de forma rápida e tem caráter grave. Começa apresentando um inchaço tecidual no local da infecção, extremamente doloroso e crepitante, o que revela a presença de gás no tecido. A área infectada expande-se em poucos minutos e as alterações se fazem visíveis.
Os sintomas sistêmicos que se manifestam desde o início consistem em sudorese, febre, ansiedade, dificuldade para respirar, perda de peso, palidez, enfraquecimento e coloração amarelada na pele. O tecido afetado fica completamente destruído.
Se o quadro evolui sem tratamento, manifestam-se choque, queda da pressão arterial, insuficiência renal, coma e morte.
Há também mau cheiro, em virtude do gás acumulado e da putrefação da matéria orgânica. As toxinas produzidas por algumas espécies de Clostridium levam o paciente à confusão mental, perturbação respiratória, emagrecimento rápido, palidez, pulso intermitente e coloração amarelada.
Como o médico diagnostica a gangrena gasosa?
O diagnóstico da  >gangrena gasosa pode ser feito pela visualização direta do edema, pelo relato dos sintomas, pela captação de sinais como descoloração do tecido, vesículas hemorrágicas, evidência de gás no tecido ou por meio de verificação das bactérias ao microscópio, com a retirada de substância do processo inflamatório. Exames de sangue podem ajudar no diagnóstico.
Como o médico trata a gangrena gasosa?
A gangrena gasosa deve ser tratada através de debridamento cirúrgico, em que se retira todo tecido necrosado o que, por vezes, pode envolver necessidade de amputações. Ao mesmo tempo, devem ser administradas altas doses venosas de potentes antibióticos e serem dadas doses de fortes analgésicos. O tratamento pode ser complementado com oxigenioterapia hiperbárica (inalação de oxigênio a uma pressão maior que a pressão ambiente), para inibir o crescimento das bactérias anaeróbicas.
Como evitar a gangrena gasosa?
As feridas, principalmente nas mãos e pés, devem ser tratadas para evitar a maior penetração das bactérias causadoras da gangrena gasosa. Além de tratar esses ferimentos com medicamentos, é importante higienizar e limpar sempre os ferimentos. Pacientes com sistema imunológico debilitado ou com diabetes, por exemplo, estão mais sujeitos a contrair a bactéria causadora da < span class="posttip">gangrena gasosa, portanto, é preciso um cuidado especial nesses casos. Em algumas ocasiões o uso de antibióticos pode ajudar na prevenção da infecção.