quinta-feira, 12 de março de 2020

Técnico em enfermagem é condenado a 2 anos por receitar e aplicar morfina em paciente sem autorização

Servidor trabalhava na Fundhacre na época, em 2018, quando paciente chegou com dor e ele conseguiu duas doses de morfina. Defesa disse que já entrou com apelação.

Servidor trabalhava na Fundhacre, segundo defesa, quando paciente chegou com fortes dores nas costas
 

Um técnico em enfermagem foi condenado a prestar serviços à comunidade por dois anos por ter fraudado um prontuário médico e aplicado morfina em um paciente sem autorização. A decisão é da 2ª Vara Criminal de Rio Branco e cabe recurso.

Além da pena, o técnico precisa pagar uma multa no valor de R$ 1 mil. A Justiça acreana destacou que o homem é reincidente, inclusive, foi condenado em 2012 em Acrelândia. O crime não foi divulgado.

“Já fiz a apelação, porque se trata de uma situação que o cidadão estava doente. Ele não arrecadou dinheiro, não garimpou dinheiro e nada disso. Ele tentou ajudar porque já tinha outro cidadão lá que ajudava o rapaz, outro enfermeiro", afirmou o advogado do técnico, Armyson Lee.

Crime

O caso teria ocorrido em 2018 quando o servidor público trabalhava na Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre), na capital acreana. Além do servidor, o paciente que recebeu o medicamento também foi condenado a prestar serviços comunitários.

O advogado do servidor contou que o paciente chegou com fortes dores na unidade de saúde. Lee negou que o cliente dele tenha fraudado algum documento, mas confirmou que ele aplicou duas doses de morfina no paciente.

“A denúncia passou despercebida, o senhor tem uma doença crônica e sente muitas dores. Então, estava precisando urgentemente de remédios e não estava conseguindo. Não houve dolo, é tanto que foi condenado a dois anos, em aberto, mas estamos apelando por não caber o dolo aí”, argumentou.

Após o caso ser descoberto, Lee disse que o servidor foi afastado do cargo e segue atualmente sem emprego. No julgamento, o paciente e também réu afirmou que tinha tentado conseguir o remédio no Pronto-Socorro de Rio Branco, mas não conseguiu e foi à Fundhacre.

“Não fraudou nada. O caso é que conseguiu duas morfinas para aplicar no idoso. Foi uma solidariedade porque tinha ido várias vezes no PS, não tinha conseguido e não aguentava mais de dores nas costas. Não houve lucro nenhum, apenas estava ajudando o cidadão”, concluiu