O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou inquérito civil para apurar o sumiço de R$ 56 mil que pertencia a um idoso que faleceu em fevereiro do ano passado, 20 dias após ter dado entrada no local.
Uma enfermeira é suspeita de atuar ilegalmente como médica, suspendendo a medicação de internos do Lar dos Idosos Paul Percis Harris, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. O fato pode ter causado a morte de uma idosa que estava internada no local.
Em nota, o Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) informou que, nessa terça-feira (10), abriu um procedimento investigatório e que já encaminhou um fiscal para o local para apurar os fatos.
"Em estrito cumprimento ao seu papel fiscalizador da profissão, o conselho cumprirá as disposições legais da Resolução nº 370/2010, do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), que versa sobre o Processo Ético Disciplinar", diz trecho da nota.
O Coren-MT disse ainda que, em caso de infração ética, o processo deverá seguir os trâmites da resolução citada, em que o julgamento será feito depois da emissão de relatório elaborado pela comissão instruída.
" A enfermagem [...] deve pautar sua prática tendo como princípios a legislação profissional, o que inclui o seu Código de Ética. Além dos aspectos legais, deve se orientar por protocolos técnicos que garantam uma assistência livre de danos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência", ressalta.
O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou inquérito civil para apurar ainda o sumiço de R$ 56 mil que pertencia a um idoso que faleceu em fevereiro do ano passado, 20 dias após ter dado entrada no local. No atestado de óbito do idoso, consta morte súbita ou desconhecida. O inquérito foi encaminhado para investigação da Polícia Civil.
O MPE também cita o alto número de mortes no abrigo em 2019.
Segundo o MPE, em 2017 foram registradas sete mortes, em 2018 foram nove mortes e, em 2019, foram registradas 20 mortes no local.
O presidente do Lar dos Idosos Paul Percis Harris, Emerson Douglas Airoldi, diz que o dinheiro foi depositado na conta da instituição e está à disposição da Justiça. Quanto à atuação da enfermeira, Emerson esclarece que ela foi demitida e defende que, se ela cometeu erros, deve pagar por eles. Por outro lado, quanto à denúncia de que a enfermeira teria suspendido a medicação de uma idosa que precisava utilizar morfina devido a dores crônicas causadas por um câncer, Emerson diz que o remédio havia sido prescrito por um médico de Cuiabá e que, ao chegar em Rondonópolis, a idosa foi atendida por um geriatra que trocou as medicações utilizadas por ela.
A Polícia Civil ainda não se posicionou sobre o caso.