terça-feira, 24 de março de 2020

Técnica de enfermagem tem pedido de máscara negado e denuncia hospital à polícia no ES



A Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo (Sesa-ES) disse que não falta equipamento, mas a liberação deles obedece critérios


Máscara de proteção é negada para técnica de enfermagem em hospital da Grande Vitória, no ES. Crédito: Luciney Araújo/ TV Gazeta
Máscara de proteção é negada para técnica de enfermagem em hospital da Grande Vitória, no ES. 
Uma técnica de enfermagem de um hospital público da Grande Vitória denunciou a falta de máscaras para a Polícia Civil depois de ter o item negado na unidade onde trabalha. O equipamento é de proteção individual e ajuda a não ser infectado pelo novo coronavírus (Covid-19). A Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo (Sesa-ES) disse que não falta equipamento, mas a liberação deles obedece critérios.
 Rosane contou que além da falta de máscara, também não tem álcool para higienizar as mãos. Por causa do risco de ser infectada por coronavírus, ela decidiu registrar um Boletim de Ocorrência da Polícia Civil.

“Quando eu fui fazer a solicitação da máscara na farmácia do hospital para contato com um paciente, que já foi confirmado H1N1, foi negada por ordem da farmacêutica. Ela restringiu o uso das máscaras para qualquer pessoa em qualquer hipótese. Depois de implorar, eu consegui, mas dois profissionais que acompanhavam o paciente, não”, contou Rosane Batista.

Técnica de enfermagem registra boletim de ocorrência após ter pedido de máscara negado em hospital do ES. Crédito: Luciney Araújo/ TV Gazeta
Técnica de enfermagem registra boletim de ocorrência após ter pedido de máscara negado em hospital do ES. 
O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) disse que as denúncias não tem chegado só do Hospital Infantil. Os enfermeiros relataram para o Conselho a falta de equipamento em pelo menos três hospitais públicos e dois particulares do estado.
A presidente do Conselho de Enfermagem, Andressa Barcellos, acredita que essa preocupação precisa existir agora, porque com o aumento dos casos de coronavírus, essa situação pode levar a outros problemas.
“Nós temos recebido várias denúncias. A equipe de enfermagem está na linha de frente e temos contato direto e contínuo com a população e isso nos coloca em uma posição vulnerável”, afirmou Andressa.

SESA

Secretaria de Saúde (Sesa) informou que não há falta de equipamentos de proteção individual (EPI’s) para os profissionais da rede. No entanto, esclarece que existem critérios para utilização dos mesmos e que tanto a equipe de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), quanto os infectologistas, tem reforçado as orientações sobre a utilização consciente destes materiais nos hospitais seguindo o protocolo do Ministério da Saúde (MS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)