Depois que uma funcionária contratada do Hospital Municipal São José Operário (HMSJO), de Cabo Frio, resolveu denunciar o descaso da Secretaria de Saúde com a unidade, e com a saúde dos servidores e da população, denúncia que foi publicada aqui no Plantão dos Lagos (CLIQUE AQUI E VEJA), recebemos pelas nossas redes sociais, e pelo nosso e-mail, mais uma série de denúncias contra a “ditadura” imposta aos servidores públicos de saúde pelo prefeito Adriano Moreno e pelo Secretário Iranildo Campos, que é suspeito de envolvimento com a Máfia dos Caça Níqueis e a Máfia das Ambulâncias, conforme investigações da própria Assembleia Legislativa do Estado (ALERJ) quando ele era deputado.
Para piorar, é público e notório que o Iranildo Campos “age como miliciano” na saúde de Cabo Frio, andando sempre cercado de seguranças armados dentro das unidades públicas de saúde (o que é considerado infração administrativa grave), “trata os funcionários como escravos, na base da chibata” (como eles mesmos citaram nas denúncias enviadas ao Plantão), persegue, ameaça, pratica assédio moral e ninguém sabe como ainda continua no cargo (e não foi preso). Dizem que é protegido do governador Wilson Witzel e agora quer implantar em Cabo Frio um esquema supostamente criminoso, e vender a saúde para uma OSs. Aliás, consta que ele veio para a cidade com esse único objetivo: “vender” para a iniciativa privada a milionária rede de saúde pública.
Para piorar ainda mais a situação, os profissionais de enfermagem agora são proibidos até mesmo de irem ao banheiro ou beber água, mesmo com outros funcionários no mesmo setor, sem a autorização do enfermeiro chefe de plantão da unidade, o que caracteriza assédio moral e quase uma prática de “trabalho escravo” e “cárcere privado”. A Prefeitura de Cabo Frio comete todo tipo de crime dentro das unidades públicas de saúde, sem qualquer pudor e com a certeza da impunidade (veja mais adiante na reportagem porquê). “Está desesperador. Se você for nas unidades verá o medo e o desespero estampado no rosto daqueles que são contratados. Está se tornando um martírio sair para dar plantão. Eu por exemplo estou tendo recaída de depressão e síndrome do pânico”, escreveu uma contratada ao Plantão dos Lagos.
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OSs) UM NEGÓCIO CRIMINOSO E LUCRATIVO NA SAÚDE
Essa prática de entregar a saúde pública para a administração terceirizada de uma Organização Social (OS) é um negócio lucrativo por sinal, que desde o início do governo Adriano Moreno rendeu milhões aos amigos do prefeito, que transformaram as suas clínicas e consultórios em prédios suntuosos. Basta ver quem são os fornecedores e credenciados da Prefeitura, e comparar o que tinhas antes de junho de 2018, com o enriquecimento ilícito que tiveram em menos de dois anos, prestando serviços apenas para a Prefeitura. Não bastasse isso, agora o governo quer entregar a saúde para uma OSs, um esquema supostamente mafioso e criminoso, que já trouxe consequências graves para várias cidades do Brasil, com prejuízos incalculáveis aos Sistema Único de Saúde, esquema que aliás levou à prisão o ex-Secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, aliado do ex-governador Sérgio Cabral em 2018.
Em agosto daquele ano, o juiz federal da 7ª Vara Criminal do Rio, Marcelo Bretas, expediu mandados de prisão contra Côrtes, e dos empresários Gustavo Estellita e Miguel Iskin, além de “estourar” a OS Pró-Saúde, responsável pela gestão do Hospital Getúlio Vargas e do Instituto Estadual do Cérebro (IEC). Um dos empresários envolvidos no esquema (parecido com o que o Iranildo e o Dr. Adriano querem implantar em Cabo Frio, Miguel Iskin é investigado desde 2017 por suspeita de controlar um cartel de fornecedores de material e equipamentos hospitalares no Rio de Janeiro. De acordo com os investigadores, ele escolhia as empresas que venceriam as licitações e cobrava comissões que chegavam a 40% do valor total dos contratos.
ENFERMAGEM ESTÁ À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS
Há qualquer momento, a enfermagem de Cabo Frio pode entrar em colapso total, o que pode paralisar totalmente as atividades na rede pública de saúde. Essa semana, o Secretário de Saúde, que entende tanto de medicina quanto um jumento entende de física quântica, chegou a dizer que as máscaras N95 são “apenas para o uso de médicos”, em uma prova clara de que desconhece os protocolos do Ministério da Saúde para a Covid-19 e de que é inapto para o cargo que exerce, como aliás todos já sabem. Soma-se a isso, uma Câmara igualmente omissa e corrupta, acusada de lotear os postos de saúde do município, distribuídos entre os vereadores que apoiam o prefeito.
No meio de tantas denúncias contra a ineficiência da Secretaria de Saúde de Cabo Frio, surgiu mais uma – E GRAVE. Os profissionais da enfermagem afirmaram que a representação do Conselho Regional de Enfermagem (Coren/RJ) em Cabo Frio está “mancomunada” com a coordenação geral de enfermagem do município, e que todas as denúncias que chegam ao órgão não seguem para o Conselho, no Rio de Janeiro. Mais do que isso, os nomes de todos os denunciantes e locais de trabalho são revelados (o que afronta diretamente o Código de Ética da categoria) e informados à Carla (a tal coordenadora), que dizem ser a responsável geral pela enfermagem na cidade, o que configura crime de violação de sigilo funcional, tipificado no artigo 325 do Código Penal.
ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO FECHARAM OS OLHOS?
Os profissionais de enfermagem questionam o que está acontecendo com os órgãos que deveriam estar fiscalizando, punindo e multando os responsáveis por todos esses desmandos. A suspeita é que em um governo que tem um ex-deputado como Secretário de Saúde e um ex-juiz Federal como Governador blindando todas essas irregularidades que acontecem em Cabo Frio seja de se esperar que o Ministério Público Estadual, o COREN/RJ e o Cremerj. Isso sem falar na Câmara de Cabo Frio e na Assembleia Legislativa, não estejam agindo. Por isso, agora, a categoria está se organizando para levar as denúncias até a última instância, onde serão protocoladas diretamente no Conselho Federal de Medicina (CFM), no Conselho Federal de Enfermagem (CEFEN) e no Ministério Público Federal.
E A SOCIEDADE VAI CONTINUAR SEM RESPOSTA
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